[RESENHA] Belle

Título: Belle
Autora: Lesley Pearse
Páginas: 560
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 5/5
Sinopse: Belle, de 15 anos, viveu em um bordel em Seven Dials por toda sua vida, sem saber o que acontecia nos quartos do andar de cima. Mas sua inocência é estilhaçada quando vê o assassinato de uma das garotas e, depois, pega das ruas pelo assassino para ser vendida em Paris.








“ - Você deve ser prostituta, você vive num bordel.
- Se eu morasse num palácio não seria obrigatoriamente uma rainha” (pág 11)

Olá queridos leitores. Eu não começarei dizendo aquela frase clichê que todos conhecem: “Ah, não sei o que falar sobre esse livro”. Eu tenho muito para falar sobre Belle, mas infelizmente não caberia tudo aqui nessa resenha (risos). Esse livro me conquistou tanto que me sinto estranho até o presente momento (5 horas do término da leitura). Uma viagem perfeita até a Inglaterra que eu nunca irei esquecer.

Quando vi esse livro numa livraria não me interessei, mas após indicações fui atrás de resenhas e me apaixonei pela estória. Cheguei até ver algo que achei totalmente sem nexo em um blog, no qual a autora da resenha abandonou o livro no começo, por achar que as cenas de sexo eram vulgares. Ela não sabe o que perdeu não o lendo.  Eu me envolvi tanto na trama que em vários momentos senti aperto no coração por Belle. Em outros me envolvi na sensualidade precoce dessa garota.

Depois de ser sequestrada e levada para Paris, sua luta pela própria vida começa. É difícil imaginar como alguém pode resistir a tudo que ela passou. Posso afirmar que senti arrepios e sensações de repulsa, por imaginar quantos homens doentes por sexo existem. Foi isso que me motivou a continuar e leitura, para ver o final que Belle teria. São 560 páginas que fui lendo com facilidade. Alguns livros eu sinto que certos capítulos são bem descartáveis ou desnecessários. Já esse eu achei que cada um dos capítulos era mais do que necessário e não tinha página alguma que me deixou entediado.

“Era chocante para Belle que nas últimas 24 horas sua vida inteira tivesse mudado. Na manhã do dia anterior ela nem sequer imaginava o que se passava no andar de cima. Mas o que sabia agora é que aquilo enjoava e envergonhava. Mas estava ouvindo sua mãe mentir muito e isso não fazia nenhum sentido para ela.” (pág 44)

A personagem principal, Belle, foi para mim uma bela construção da autora. Ela não é aquela personagem chata, que existem em alguns outros livros (não vou citar nomes). O autor perde totalmente a credibilidade comigo quando me faz odiar o principal personagem do livro. Com Belle, aconteceu que eu      fiquei cativado com sua força interior. Em partes do livro eu sabia que ela seria metida em alguma enrascada e ficava torcendo pra ela não ser inocente.

A melhor parte dos livros, para mim, são as lições de vida. Na maior parte da leitura foi sobre a aceitação de Belle em relação a prostituição. Ela sabia que se não fizesse o que mandavam, morreria. A vida nos impõe várias situações, e muitas nós não gostamos nem um pouco. Tenho certeza que depois dessa leitura eu aprendi que as situações que não gosto, mas mesmo assim sou obrigado a viver, devo tentar extrair sempre o que há de bom, sem martirizar minha vida. Ser uma prostituta em 1910 não era lá uma coisa boa, só que Belle soube transformar isso. Em todo momento ela se mostrou inteligente, cínica e maliciosa na medida certa, o que foi extremamente necessário pra viver nesse mundo de prostituição.

“ - Quando a primavera chegar eu a levarei para passear por toda a cidade - ele disse. - Iremos a Greenwich, ao Hyde Park, à Catedral de St. Paul e à Torre de Londres. Isto é, se você ainda for minha amiga ...” (pág 58)

A determinação dos outros personagens em encontrar Belle foi outro ponto que me chamou a atenção. Jimmy - fofo, amigo, carinhoso, lindo - não desistiu em nenhum momento de ajudar a encontrar Belle. Essa coragem e força dele e de mais outros personagens faz o livro ficar ainda melhor. Contrapondo a vida de Belle em Paris/Nova Orleans, a autora deu continuidade à narrativa em Seven Dials. Isso deu um toque especial, porque os fatos iam se interligando um ao outro com o decorrer da estória, não entediando o leitor. Hora vivenciávamos a jornada de Belle, e hora íamos pra Seven Dials, acompanhar Mog e os outros continuando em suas vidas.

A Novo Conceito está de parabéns pela diagramação do livro. Cada início de capítulos é adornado com flores, assim como as da capa

Lesley é uma ótima autora. Eu já pesquisei alguns trabalhos dela e vou tentar ler depois. Alguns complementos são apresentados ao leitor no final do livro, após o epílogo. Como por exemplo, a vida da autora, o que ela já fez e de onde veio a inspiração pra criar a personagem. Ela também viajou para os lugares onde a estória se passa, para se aprofundar nas pesquisas.

Eu recomendo absolutamente esse livro maravilhoso. Belle é a típica personagem pela qual o leitor se apaixona de todas as maneiras. Não achem que o livro por se tratar de uma prostituta, é algo erótico. Tudo gira em torno do drama mesmo. Sexo é algo normal e a autora o descreveu como ele ocorre na realidade. A resenha que li em outro blog é uma coisa totalmente sem fundamento, já que não podemos julgar um livro lendo apenas as primeiras 40 páginas.

Não dá mais pra explicar quão feliz fiquei lendo a estória de Belle. No final fiquei meio chateado por ter acabado (risos). E para terminar deixarei meu quote favorito do livro:

“Acho que, no fundo, já sou uma prostituta” (pág 235)

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Um comentário:

  1. Quando vi esse livro na livraria também não me interessei, mas agora estou louca por ele! Vi muitas opiniões positivas e a sua me animou ainda mais! Muito boa sua resenha!
    Beijos!
    Kami.
    http://gostoliterario.blogspot.com.br/

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