Título: Não conte para a mamãe
Autora: Toni
Maguire
Páginas: 307
Editora: Bertrand
Brasil
Avaliação: 3/5
Sinopse: A frase que dá título ao livro de Toni
Maguire, poderia ser um pacto ingênuo entre dois irmãos ou uma brincadeira
entre crianças. Infelizmente, não é o caso. Na verdade, é a ameaça sofrida pela
autora durante os quase dez anos em que foi violentada pelo próprio pai. Quando
aconteceu pela primeira vez, a pequena e inocente Antoniette tinha apenas seis
anos. Apesar da tenra idade, tudo ficou gravado em sua memória.
Srª Trivett, de que as meninas são feitas?
- Ora, Antoinette, quantas vezes vou ter que repetir?
De açúcar e canela, é claro, e de todas as coisas boas!
(pág. 22)
- Ora, Antoinette, quantas vezes vou ter que repetir?
De açúcar e canela, é claro, e de todas as coisas boas!
(pág. 22)
A história se passa em dois tempos: o “hoje”, enquanto ela está
com sua mãe num leito de hospital, e o passado dela desde os seis anos de idade.
“A mão em minhas costas desceu, depois aos poucos para a parte da frente de cima de minhas pernas. Seguiu até a barra da minha saia, e senti a mesma palma calosa, que havia apenas um ano me espancara com tanta crueldade, deslizando sobre meu joelho. Meu corpo enrijeceu. Sua mão apertou o alto da minha cabeça para que eu não conseguisse me mexer, enquanto a outra passou pelo meu rosto e segurou meu queixo. Sua boca veio para a minha.” (pág 55)
Com
apenas seis anos, Toni teve sua vida roubada. Chega a ser revoltante ver
como o mundo de uma pessoa pode ter desmoronado e ninguém, absolutamente
ninguém, fez nada pra isso não acontecer. Ela era só uma criança, não entendia
nada sobre sexualidade, e descobriu isso da pior maneira possível. Ela foi
refém de um monstro da pior espécie. Um homem que devia ter dado carinho,
afeto, amor pra ela. E o pior é a omissão. Sua mãe sabia o que acontecia, mas
não impedia.
A leitura desse livro não é leve. Toni contou tudo com tantos detalhes, que foi possível me fazer chorar e ficar com o coração na mão. As sensações que foram despertadas em mim foram as piores, desde medo, até nojo. Quando ela relatou o primeiro de muitos abusos, fiquei com o coração acelerado temendo pelo que viria.
- Se limpe com isso.
Sem dizer nada, fiz o que ele mandou.” (pág 75)
Ela não
teve com quem contar. Sua mãe, quando informada por ela com o que ocorria,
disse que ela nunca mais devia dizer isso de novo. Sem amigos, sem família, sem
nada, o leitor se depara com quão cruel uma pessoa pode ser com a outra.
"Não conte para a mamãe” não é apenas um livro triste. É uma história de luta por felicidade. Em vários momentos eu vi que o desejo de Antoinette era ser feliz, e isso acabava que por me deixar mais triste, pois sua realidade não permitia isso. A infância, que devia ser uma lembrança feliz, para ela se tornou sombria.
Torci a todo instante pra que Toni tivesse um final feliz, mas também não esperei por um final de contos de fadas. Na verdade não existe um fim surpreendente, e sim o término do seu pesadelo e o começo de uma nova fase em sua vida.
É um livro que eu recomendo, apesar do gênero da leitura. Faz você chorar bastante, mas também se alegrar e encontrar nessa mulher um sentido pra nunca desistirmos de encontrar um caminho de paz. Decidi não esticar muito a resenha, pois esse livro é algo que só quem ler mesmo terá noção dos sentimentos que descrevi.
Não deixem de comentar ! Beijos e abraços.
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