Título: Cinquenta
Tons de Cinza
Autora: E. L. James
Páginas: 480
Editora: Intrínseca
Avaliação: 1/5
Sinopse: Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário
Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente
dominador. Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da
enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de
resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey
admite que também a deseja.
Olá,
queridos leitores do blog. Essa é a primeira resenha feita pela minha
colaboradora, Kay Ritton.
Bom, tentarei ser o menos
radical possível para falar desse livro. Assim que terminei de lê-lo, dei minha
opinião no Skoob, pois precisava desabafar o quanto antes e não estava com
cabeça para escrever uma resenha no momento. Fato é que, não sei como falar
sobre essa estória sem dar spoilers; não sei como falar sobre essa estória sem
me revoltar. Então peço desculpas desde já. É minha primeira resenha para o
blog e de cara aviso que tenho personalidade forte e sou um tanto quanto chata
em relação a certos assuntos. Comprei o livro por impulso. Fiquei curiosa para
ler sobre Bella + Edward + Sexo. Pelo menos foi o que me falaram que eu
encontraria. Aparentemente a autora escrevia fanfictions de crepúsculo, e daí
saiu a comparação, mas sinceramente, não me interessei em me aprofundar no
assunto.
Cinquenta Tons de Cinza conta a estória de Anastasia Steele,
uma recém-formada em Literatura (Letras, no Brasil), que vai entrevistar o
jovem multimilionário – charmoso, inteligente, boa praça, cheiroso, príncipe
encantado, sedutor, fascinante, sonho de consumo, novo McDreamy, podre de rico
que fez sua fortuna sozinho sem nenhuma ajuda dos pais adotivos, até porque
isso é super fácil (risos) – Christian Grey para o jornal da faculdade, no
lugar de sua amiga adoentada que não pôde ir. A protagonista, Ana, que é –
pobremente – descrita como uma garota normal e sem nenhum atrativo, cai no
encanto de Grey. Realmente muito semelhante à Crepúsculo. Dois jovens (oi?) se
apaixonam sem nenhum motivo (porque isso é completamente normal, dã.
Ela é virgem, não sabe se vestir e "ninguém me ama,
ninguém me quer", e mais um monte de idiotices da mente adolescente
humana, enquanto ele é um cara perfeito que do nada, se apaixona por ela. Até
aí tudo bem, não gosto desse tipo de coisa, não acredito nesse tipo de coisa,
mas não vou julgar. Não é sobre isso que quero falar.
Enfim, foco.
Ana não consegue tirar
Christian da cabeça, fascinada por seus olhos cinzentos, e ele também demonstra
interesse. Porém, quer ela em seus próprios termos. Ele é praticante de BDSM, e
só o que conhece sobre relacionamentos na vida é isso. Um dominador e um
submisso. Eu mando e você obedece. Você não obedece e você apanha. Você chora e
você apanha de novo. Você se mexe, você apanha mais. Você morde os lábios, você
apanha.
Basicamente, ele dá a ela
um contrato constando tudo o que pode e o que não pode acontecer no que Ana
passa a chamar de "Quarto Vermelho da Dor". A estória é desenvolvida
porcamente. A protagonista – de novo - é uma recém formada em LITERATURA.
Caramba, como pode ser tão burra? Ela não lê livros? Não só ela é burra, como a
autora ainda faz questão de enfatizar isso. Uma mulher, - mais uma vez vou
dizer que ela é formada em LITERATURA – que sonhava com seu príncipe encantado,
se apaixona por um homem pela primeira vez na vida em seus 21 anos de idade, é
virgem, e por causa desse suposto amor – que acontece da noite para o dia – que
ela sente por ele, aceita se submeter a ser humilhada, espancada, maltratada,
feita de escrava e ainda diz que AMA? E o amor próprio? E o respeito e o
direito das mulheres?
Nunca liguei para raças, cores e opções sexuais. Sempre fui
contra o preconceito, do tipo que briga mesmo, discute para defender as pessoas
contra essa atitude repugnante de alguns animais que acham que a vida é como
eles querem que seja. Porém, lendo esse livro eu descobri que sou
preconceituosa sim. Descobri que tenho nojo de quem pratica, ou se quer apoia
e/ou aceita o BDSM. Descobri que odeio quem acha que apanhar (ou bater) pode
ser considerado um ato sexual, um ato de prazer. Veja lá, é diferente se você
gosta quando o cara tem aquela pegada e te dá umas palmadas, entre quatro
paredes e consensualmente, vale tudo, não tenho nada a ver com sua vida, porém
aqui nós estamos falando de coisas mais pesadas, do tipo surras de vara,
bengaladas, grampos de mamilos, cera quente de vela, e outras barbaridades que
fiz questão de apagar da memória. Vou tentar explicar meu raciocínio aqui:
Já mencionei que a protagonista é formada em LITERATURA?
Cara, ela gosta de LER, não é? Ou entendi errado? Porque citações não faltam no
livro! Agora me diz, porque uma garota independente, inteligente, que nunca
teve um homem por esperar aquele famoso "cara certo", se rebaixa ao
nível de ficar NUA ajoelhada no chão feito um cão adestrado, enquanto seu dono
anda de um lado para o outro pensando "hmmm, acho que dessa vez vou bater
nela com uma vara... Ah não, acho melhor o cinto mesmo, depois eu pego a vela e
jogo a cera em suas partes íntimas, depois enforco ela com minha gravata, e
depois..." – Tá, deixando claro que o livro é na visão de Ana, então não
se sabe o que Grey está pensando, mas não é difícil de imaginar. E isso é
um absurdo, gente. Desculpem-me por levar essa resenha muito para o lado
pessoal, mas é que eu não consigo ler um livro sem entrar na pele dos
personagens, sem viver tudo com eles, e eu me senti violada e humilhada.
Em pleno século 21, depois de tudo que as mulheres já
passaram nesse mundo, lutando por igualdade de direitos, pelo fim da submissão
aos homens, me vem uma mulher CASADA e COM FILHOS ADOLESCENTES e me escreve um
negócio desses? Não, eu não aceito isso. E nem adianta dizer que Grey é
insuportavelmente delicioso, e que eles se amam de verdade, porque não cola.
Mulher de verdade não obedece a um homem. E pra piorar, não é submissão apenas
dentro do quarto, ele quer que ela coma quando ele mandar e o que ele mandar,
use as roupas que ele escolhe e compra, dirija o carro que ele a deu de
presente, não revire os olhos porque é falta de respeito com seu mestre. Não
dá, não consigo.
Não recomendo que gastem seu dinheiro com esse livro. Estão
curiosos? Baixem o pdf na internet, sinceramente, prefiram a pirataria a dar
dinheiro a uma mulher que não respeita outras mulheres.
Ps. Livro repetitivo, mal escrito, com personagens sem um pingo
de personalidade: Que droga é essa de deusa interior? Negócio mais chato! Ela
devia ter escrito sobre a melhor amiga de Ana, um personagem muito mais
cativante que aparece poucas vezes, mas que mesmo assim me chamou muito mais a
atenção. Uma mulher forte que não aceitaria nunca ser desrespeitada.
Termino dizendo que estão
cotando Justin Bieber para estrelar o filme como Christian Grey, para vocês
verem como tudo não passa de uma enorme porcaria.
Esse livro é muito louco, tô seguindo seu blog... Adorei ele, abraço e sucesso.
ResponderExcluirRESENHA ÍNCRIVEL. Concordo com todos os pontos citados! Parabéns para você e para o Lucas, resenhas maravilhosas!
ResponderExcluirEu finalmente encontrei alguém que tenha a mesma opinião que eu.
ResponderExcluirMinhas amigas viviam falando sobre esse livro e dizendo o quando o Grey era extraordinário. Por pura curiosidade baixei o pdF (rsrs)
Quando chegou a parte que ela diz que é virgem e ele diz: Vamos dar um jeito nisso!
Eu queria bater nela e depois matar ele. onde já se viu isso? Ela é uma puta por acaso? Uma cadela no cio?
Ele bate nela e a trata como um pedaço de carne. É revoltante como as mulheres são enganadas por essa narrativa suja e sem respeito.
Além da falta de amor próprio da protagonista temos os problemas mentais do Grey. Por que um homem que escolhe as parceira sexuas de acordo com a aparência da mãe dele a qual ele chama de prostituta do crack, não pode ser normal.
E uma mulher que aceita isso ou acha bonito, não é mulher de verdade!
Um dos filmes mais esperados foi de Fifty Shades of Grey e não, pelo menos, para o sucesso da trilogia, especialmente entre as mulheres. Eu acho que além de ser uma literatura sadomasoquista abriu as perspectivas para a empresa e também para anular vários tabus sobre a sexualidade.
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