Sem Roteiro: O gênero Sick-lit

A literatura hoje em dia é uma caixa de surpresas, e a mais recente é o gênero sick-lit. Perai, não confunda com chick-lit, que é um gênero de livros escrito por mulheres, sobre mulheres e para mulheres. Mas o que seria  sick-lit? Em inglês, sick significa doença, e lit é uma abreviação para literatura, ou seja, pode ser traduzido para "literatura-enferma". O enredo trata de personagens com doenças terminais, com depressão ou tendência suicida. Histórias com esses temas já estão figurando no topo dos mais vendidos. 

A literatura é feita de ciclos, assim como várias coisas na vida. Em meados de 2006 começava uma febre por vampiros "diferentes" nos livros, vide Crepúsculo, que figurou a lista dos mais vendidos por muito tempo e  ainda rendeu adaptações para as telonas. Mesmo que antes não nomeado dessa maneira, o sick-lit já tinha seu espaço no mercado. Um Amor Para Recordar (1999) é um exemplo. A história de uma menina com leucemia que se apaixona pelo bad boy da escola ganhou um filme e só depois foi trazida para o Brasil.  "Esses livros vão além do entretenimento", diz Fernando Baracchini, presidente da editora Novo Conceito, responsável por trazer em 2012 a obra Garotas de Vidro, que abordava o tema anorexia. Esse ano já existem três apostas, e uma delas é A Menina Que Semeava, que abordará a vida de uma garota com câncer que criou um mundo em sua mente para lidar com a doença. 

O gênero ainda tem um quê de aprendizado e reflexão. Tais livros fazem facilmente com que o jovem se projete no problema do personagem, criando uma empatia muito grande com a história, e sentindo em si próprio a luta do mesmo. "Enquanto eu escrevia, queria que o livro fosse engraçado, mas a pessoa que escrevia estava com muita dor", diz John Green, autor de A Culpa É Das Estrelas. O livro trata de forma leve e espontânea a doença de Hazel e Gus. Muito disso se deve, segundo o autor, ao conhecimento que ele tem do universo adolescente. 

O intuito do sick-lit não é deprimir ninguém. Um jovem pode estar passando por problemas, estar depressivo e ler As Vantagens de Ser Invísivel e ficar pior, mas a natureza do livro não é essa. Ele vai além disso e fala sobre amor, amizade e superação. Para se ter uma ideia da força do gênero, um jovem contou que desistiu de suicidar-se após a leitura da obra de Stephen Chbosky.

E vocês, o que acham do gênero? Já leram e tiraram uma grande lição de vida? A única experiência que eu tive foi em Cante para eu dormir, e nunca me senti tão emocionado com um livro como aquele. Recomendo muito!

*O texto escrito é totalmente de minha autoria. Me baseei nas seguintes fontes: Literatortura, Veja, SaraivaConteúdo.