A Casa dos Amores Impossíveis - Cristina López Barrio

Título: A Casa dos Amores Impossíveis
Autora: Cristina López Barrio
Páginas: 310
Editora: Prumo

Isabel Allende encontra Gabriel García Márquez no aclamado romance da espanhola Cristina López Barrio. Best-seller internacional, traduzido em mais de uma dezena de idiomas, A casa dos amores impossíveis é ambientado na Espanha, às vésperas do século XX, e narra a saga de uma família que carrega uma estranha maldição. Geração após geração, as Laguna estão fadadas a viverem trágicas histórias de amor, parindo apenas mulheres incapazes de escapar ao fado cruel de suas mães.Introduzindo um elenco de personagens memoráveis e excêntricos – de uma cozinheira barbada e muda a um padre idealista, cheio de boas (e milagrosas) intenções –, encabeçado pelas inesquecíveis mulheres da família Laguna, A casa dos amores impossíveis é um banquete para os sentidos. Uma obra de rendeu à Cristina o título de precursora do realismo mágico espanhol.

E se o amor fosse uma maldição? A Casa dos Amores Impossíveis conta a história das mulheres Laguna, que uma após outra estão fadadas a viverem trágicas histórias de amor. Clara Laguna se apaixonou por um fazendeiro andaluz, e mesmo com as advertências da sua mãe acabou se aproximando dele. O resultado foi o esperado: ele a engravidou e sumiu. Com o pouco dinheiro que ele deixou, a jovem estava determinada a se vingar, então criou um bordel num velho casarão abandonado. Depois do nascimento de Manuela, Clara foi murchando aos poucos sem esperanças que seu antigo amante voltasse. Após sua morte, Manuela, que não herdou toda beleza da mãe, engravida também mas se vê no dever de mudar a reputação das Laguna e decide desmanchar o bordel. Olvido, a mais nova da família, nasceu para mudar toda a trajetória de tragédias e sofrimentos das mulheres Laguna.

Uma ideia perfeita tratada de maneira errada, assim é A Casa dos Amores Impossíveis. A trama tinha tudo para ser ótima, mas o péssimo desenvolvimento, a repetição dos fatos e a falta de devido aprofundamento deixaram a história totalmente pobre e entediante.

O amor é um conceito usado em muitos livros e trazer ele em forma de maldição atrai muito a atenção de um leitor. O começo da leitura é muito interessante e me fez pensar que eu havia encontrado nesse romance espanhol uma obra excepcional. Porém, com o avançar das páginas fica evidente que toda a trama vai culminar para um final sem graça. 

A história é rica em muitos detalhes e costumes do povo espanhol, isso foi um atrativo. Cristina criou, pelo menos nesse aspecto, algo interessante. O pecado da autora está na repetição dos fatos. Primeiro vem a morte de Clara Laguna e o nascimento de Manuela, sucedido de uma grande tragédia, claro. Logo vem Olvido, e de novo uma tragédia, e Margarita e mais outra tragédia. Chegou um momento que eu já não aguentava mais a mesma história se repetindo geração após geração. Se tornou enfadonho e muito entediante, pois era nascer uma nova Laguna para eu saber o que viria em seguida.

A sinopse promete mais do que cumpre. É citado um bordel e Clara realmente o consolida num casarão abandonado, mas é tudo tão corrido que fica impossível apreciar. Esperei ver o crescimento gradativo da personagem em questão, mas tudo que encontrei foi uma falta de aprofundamento e uma pressa sem igual para dar continuidade nos acontecimentos. A tal maldição que se abateu sobre as mulheres Laguna é outra parte decepcionante, e que devia ser o ápice da trama. Não há explicação como tal maldição surgiu nem se é possível quebrá-la. Esperei a vingança das mulheres amaldiçoadas, mas só houveram lamúrias o tempo todo.

Esse é o tipo de livro que tem um pano de fundo excelente, porém, mal executado. O final é previsível demais e muito antes de a história começar a caminhar para um desfecho eu já sabia o que ia acontecer. Esperei muito e, infelizmente, acabei decepcionado.